Queridas mamães e gestantes,
aproveito deste meio de comunicação que tenho para esclarecer algumas dúvidas sobre a vacina H1N1, uma vez que pela internet está sendo divulgado vídeos não confiáveis contra a vacina.
Eu, que estou esperando meu anjinho Gabriel, fiquei bastante preocupada e insegura com as opiniões diversas sobre o assunto, pois tenho que zelar por duas vidas tornando a escolha mais difícil!
Pois bem, minha irmã que faz medicina na Paulista fez uma pesquisa que me esclareceu e tranquilizou. Aí vai ela!
Dúvidas quanto à vacina contra gripe suína
Certo, vamos lá.
Primeiro: O Influenza (vírus da gripe), assim como diversos outros, tem animais como reservatórios, o que significa que o vírus fica nos animais se reproduzindo sem provocar doença. Devido ao longo contato do homem com os animais domesticados esses vírus vão e vem do homem para o animal dia após dia. Com isso há uma grande “mistura” de diversos vírus (podendo ter traços humanos, suínos, aviários), surgindo novos tipos que são capazes de causar pandemias, por que a população ainda não tem imunidade contra ele. Foram os casos da “gripe aviária” e “gripe suína”.
Segundo, o que é síndrome de Guillain-Barré:
“É uma doença auto-imune em que o indivíduo produz auto-anticorpos contra sua própria mielina. Então os nervos acometidos não podem transmitir os sinais que vêm do sistema nervoso central com eficiência, levando a uma perda da habilidade de grupos musculares de responderem aos comandos cerebrais. O cérebro também recebe menos sinais sensitivos do corpo, resultando em inabilidade para sentir o contato com a pele, dor ou calor.
Em muitas pessoas o início da doença é precedido por infecção de vias respiratórias altas, de gastroenterite aguda (por campylobacter) e, num pequeno número de casos, por vacinação especialmente contra gripe e em raras ocasiões contra hepatite B e contra o tétano”.
Isso ocorre porque a infecção pode “confundir” nosso sistema imunológico, que produz um anti-corpo contra células ou parte de células do nosso corpo, causando mais danos do que benefício (é chamado reação cruzada). Há diversas doenças por aí exatamente como essa, e é como jogar uma moedinha para o ar ou jogar um dado – sorte ou revés? – não podemos prever quem terá essa reação nem como evitar.
Recapitulando, essa doença pode acontecer tanto depois de um resfriado como após qualquer vacina contra a gripe e não especificamente contra Gripe A H1N1. Quantas pessoas vocês conhecem que tiveram essa doença tomando vacina da gripe??
Sobre a gripe suína de 1976: Um soldado americano foi morto por uma gripe misteriosa em 1976, após análises do vírus descobriram que era de origem suína. O presidente dos EUA, com medo de uma nova gripe espanhola (1918), que arrasou a população, se precipitou e instituiu a vacinação em massa. O resultado foi uma morte por gripe (que afinal não era tão grave) e 25 mortes por Guillain-Barré reacionais a vacina. Vale lembrar que os recursos e testes da época para a eficácia da vacina eram totalmente diferentes de hoje, além de todo o processo doença – prevenção ter sido muito precipitado. Não se sabe até hoje porque foram tantos os casos de Guillain-Barré relacionados a essa vacina. (E o bom senso fala alto: errar duas vezes é burrice!! Os pesquisadores dos EUA sabem muito melhor do que a gente que essa reação ocorreu, portanto porque não tomar um cuidado um pouco maior com essa nova vacina contra o mesmo vírus – aparentemente).
A vacina que está em campanha hoje é outra, foi desenvolvida e testada por profissionais competentes. “Já foram administrada 65 milhões de doses da vacina em mais de 16 países e em geral o perfil de segurança da nova vacina contra H1N1 é semelhante ao da vacina contra a gripe sazonal, menos de uma dúzia de casos de síndrome de Guillain-Barré foram relatados após a vacinação, sendo que varios desses não foram confirmados estar relacionado com a vacinação.”
Morte por H1N1 no mundo: 8.768 óbitos. No Brasil: 1.632.
A letalidade (capacidade de matar) dessa gripe não foi tão alta (2 – 9%), não é muito diferente de uma gripe comum, porém a questão é que alguns grupos (crianças menores de 2 anos, gestantes e doentes crônicos) tiveram complicações graves após a infecção.
Dentre os que tiveram complicações da gripe, 51% eram mulheres em idade fértil, dentre essas 22,4% eram gestantes. Do total de óbitos no Brasil 28,5% eram gestantes.
http://portalweb02.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/boletim_influenza_se_47.pdf
Conclusões:
* O risco de Guillain Barré, doença potencialmente letal, como reação da vacina da gripe H1N1 é de 12/65 milhões de pessoas.
* O risco de contrair H1N1 sendo gestante no Brasil é de 22/100, sendo que 28/100 óbitos foram de gestantes.
* Considerando que já estamos no outono, época em que a pandemia começou no ano passado, piorando no inverno, é melhor ficar esperto.
* Existem riscos inúmeros ao nosso redor diariamente. Vá ler a bula de qualquer remédio que você já tomou e provavelmente você não tomará de novo.
* Existem extremistas em toda parte do mundo e sobre todos os assuntos. Dizer que vacinar crianças e grávidas é para dizimar a população e acabar com as próximas gerações?? Ou será que é simplesmente porque as estatísticas mostraram que foram os grupos que mais tiveram complicações decorrentes da gripe?
* De acordo com os números que coloquei a cima não seria melhor simplesmente não divulgar a vacina, não mataria mais gente?
* Eu já tomei a vacina, assim como praticamente todas as pessoas com quem tenho contato (trabalhadores da saúde) e ninguém teve nenhuma reação, nem uma febrinha.
Lembrem-se SÃO VOCÊS MÃES QUE DEVEM DECIDIR POR TOMAR OU NÃO A VACINA! Mas procurem se informar em fontes confiáveis e com seus médicos!
Aí vai um site onde podem buscar mais informações e o calendário de vacinação!
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/default.cfm
Para as gestantes deve ser administrada a vacina sem adjuvante. A vacina contra o
vírus influenza pandêmico (H1N1) é segura e indicada pelo MS e FEBRASGO para a gestante
em qualquer idade gestacional. As informações contidas nas bulas dos diferentes laboratórios
produtores para esse grupo populacional são informes de precaução padrão. Informamos que
esses alertas são obrigatoriamente incluídos nas bulas, porem a experiência pós-comercialização
com a vacina influenza sazonal inativada e com a vacina influenza A/H1N1 pandêmica inativada
em outros países não identificou algum risco associado ao uso da vacina em gestantes ou
lactantes.
De 8 a 19 de março
- População indígena das aldeias.
- Trabalhadores da rede de atenção à saúde envolvidos na resposta à pandemia .
Entre os trabalhadores estão médicos, enfermeiros, recepcionistas, pessoal de limpeza e segurança, motoristas de ambulância, equipes de laboratório e profissionais que atuam na investigação epidemiológica envolvidos na resposta à pandemia.
De 22 de março a 2 de abril
- Grávidas em qualquer período de gestação.
As mulheres que engravidarem após este período devem procurar um posto de vacinação.
- Crianças de seis meses a dois anos.
As crianças receberão duas meias doses. A segunda dose deverá ser administrada 30 dias após a primeira.
- Pessoas com doenças crônicas (exceto idosos, que serão chamados na próxima etapa).
Clique aqui e veja a lista de doenças crônicas
De 5 a 23 de abril
– Todos os adultos saudáveis de 20 a 29 anos .
- Grávidas em qualquer período da gestação.
De 24 de abril a 7 de maio
– Idosos com mais de 60 anos com doenças crônicas.
Os idosos serão vacinados durante a campanha anual de imunização contra a gripe comum. Aqueles que tiverem doenças crônicas tomarão as duas vacinas.
- Grávidas em qualquer período da gestação.
De 10 a 21 de maio
- População de 30 a 39 anos.
Fiquem tranquilas! Temos que pensar sempre que o melhor vai nos acontecer!!!!
Abraços de amor e luz!
A árvore dos sapatos
Há 5 meses
Mdo também tenho, mas meu medo maior é correr o risco de não vaciná-lo e correr um risco maior.
ResponderExcluirSer mãe é uma tarefa complicada, é arriscar querendo fazer o melhor mesmo na incerteza.
É acreditar na palvra de um estranho que estudou, pesquisou e afirma que é o melhor.
Mas é melhor ter fé nas pessoas e agir, do que simplesmente ter fé e esperar milagres.
Por isso vou vacinar.