Para semear sonhos é preciso "tocar"...

"... a minha arte é 'tocar' as pessoas. 'Tocar' pela palavra, gesto, afeto, expressão, olhar, movimentos, etc.,nos seus pontos sensíveis, adormecidos, cristalizados, encantados. Eu consigo 'tocar' quando fui ou estou sendo 'tocado' por essa mesma pessoa."
Abel Guedes

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ser diferente, faz diferença...

Estava aqui tomando um chá e vendo os blogs que eu sigo, quando pensei "qual é a finalidade do meu blog?" Ele não tem o nome e nem assuntos que falam apenas sobre maternidade, nem sobre histórias, viagens ou assuntos profissionais... São poucos os que o seguem, portanto o lêem... Então meu blog se resume numa expressão de meus sentimentos e experiências pessoais! Isto parece-me um pouco egocêntrico ou até egoísta, pois não gosto da idéia de apenas escrever para mim. Gostaria de contribuir com o progresso da humanidade...Gostaria de plantar sementes de amor, alegria, confiança, paz e esperança... Gostaria de semear sonhos!!!
Mas, definitivamente não sei se este meu objetivo pode ser alcançado neste blog, pois pensava que ao lêem minhas palavras algumas pessoas se identificariam ou até sentiriam um aconchego em seu coração...
No entanto, acho que muitas pessoas não têm tempo e/ou não querem ler algo que pode tocar num pontinho escondidinho dentro de si e confrontar-se com o sentimento que aparece...

Diante disto decidi...
Que continuarei escrevendo neste blog! Pois tenho esperança!!! E por mais que eu pareça minúscula diante de um grande sonho, acredito que se cada um fizer a sua parte teremos um mundo melhor!!!

E assim vai minha real contribuição com este post...

Muitas vezes me sinto diferente!!! Horas sinto essa diferença como algo bom, mas outras horas como ruim... Então acabo me comparando e me sentindo mal por não conseguir ser ou fazer como determinada pessoa...
E comecei comparar meu filho com outros bebês...
Por mais que eu saiba que cada um é cada um, gostaria que meu filho se desenvolvesse, comesse fruta, bebesse suco, dormisse bem como os outros... E acho que comecei a pirar com isto!!!
Então meu marido, cansado de me ouvir fazer comparações, reclamou e com razão!!!
Acho que comparar sempre foi uma tendência minha e que sempre me fez mal e agora que pode fazer mal ao meu filho decidi mudar isto!!!!
Dane-se os outros, eu sou diferente... Meu filho é diferente e lindo, saudável, esperto, carinhoso, alegre... perfeito! E para mim sempre será especial e muito amado!!!
Por isto não quero causar-lhe mal!!! Vou ter que aprender me controlar e não me preocupar tanto com o que os outros pensam.
Já vou começar fazer algumas mudanças, como arrumar uma pessoa para me ajudar com as tarefas de casa (estou me sentindo muito cansada) para eu ficar mais tranquila, poder estar mais inteira e feliz com o meu filho, poder descansar e ter tempo para fazer algo para mim (ler, pintar, escrever, fazer chocolate, etc)
E só por decidir isto já estou mais tranquila!!!
Por que será que nos desgastamos com cada bobagem,né?
A vida poderia ser muito mais fácil se assumíssemos nossas facilidades e dificuldades sem medo!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Mãe real.

Perdi a blogagem coletiva, mas aqui vai meu post sobre a maternidade real!

Acho que o grande drama da mãe real é o esforço que ela faz para sempre fazer tudo o que é certo ou melhor para o seu filho! Este esforço é uma busca cansativa e que muitas vezes frustra, pois será que sabemos o que é melhor para o nosso filho?????

Aos trancos e barrancos nós mães vamos tentando acertar e sempre ficamos com a sensação que falta alguma coisa...

Já escrevi em outro post (Tornei-me mãe) que ao nascer um filho nasce também uma mãe!!! Que precisa ser mãe, cuidar daquele serzinho indefeso, sem saber como é ser mãe! Ser mãe não se aprende em livros, escolas, faculdades... Aprendemos a ser mãe na experiência do dia-a-dia...
Vou contar um pouco da minha experiência...

Tive uma gravidez muito boa, sem enjôos ou intercorrências... Durante a gravidez fiz yoga para gestantes, escrevi um diário, eu mesma fiz peças de decoração do quartinho e as lembrancinhas, trabalhei menos, comi bem e engordei só o necessário, ouvi músicas de ninar, etc. Foi tudo maravilhoso!
Acho que foi tão bom que meu bebê nem queria sair da minha barriga...
Sempre tive um pouco de medo do parto, mas depois que engravidei, pensava "se entrou vai ter que sair". Queria muito parto normal e achei que eu aguentaria bem as contrações...
Bom, já estava próximo de completar 40 semanas de gestação, tinha dois dedos de dilatação, mas nenhuma contração! Meu bebê não estava bem encaixado, pois sua cabeça estava ligeiramente virada...
No dia 28 de junho (antes do jogo em que o Brasil foi eliminado da copa), fui na minha médica e ela deu uma descoladinha na placenta... Às 22h comecei sentir umas contrações... Mas só saí de casa as 2h da manhã com contração de 4 em 4min.
No hospital, fui internada as 2:30, quando minha médica chegou, me examinou, rompeu a bolsa (que não havia estorado), fui para sala de cirurgia vendo estrelinhas quando vinha a contração, tomei anestesia e depois de um tempo, quando estava com uma boa dilatação comecei fazer força... Mas parece que força nenhuma era suficiente... O Anestesista "ajudou" subindo em minha barriga porque o bebê voltava... Ele estava com uma circular de cordão e no fim deu tudo certo! Ele nasceu super saudável e de parto normal!

Na verdade o momento mais emocionante para mim, foi, ainda na sala do parto, poder pegar meu filhinho e colocá-lo em meu peito! Foi maravilhoso sentir sua boquinha e linguinha lambendo meu peito. Acho que foi neste momento que senti que era mãe...

Durante os próximos dias sentia-me eufória e feliz com meu bebê, mas também bastante insegura... Além da dor da episio...
Ele nasceu na terça e na sexta desceu meu leite... Comecei ter muito leite e tinha até que tirar para não empedrar, mas acho que pelo cansado tive uma crise intestinal (tinha uma doença no intestino), fiquei fraca e meu leite diminuiu drásticamente... Fiz de tudo para voltar ao que estava (muita água, chá, canjica, plasil, etc). Voltou, mas não o suficiente! Meu bebê começava chorar no final da tarde e eu achava que era cólica, mas com ajuda da minha mãe que é médica percebemos que era fome. Então com 20 dias de vida comecei dar uma mamadeira a noite para meu bebê!!! Para mim foi como uma facada no coração, morri de medo dele largar o peito! No entanto, consegui controlar o seu peso e sua fome com o meu leite e apenas uma mamadeira por dia e até hoje, com nove meses ele mama no peito, almoça, come fruta, janta e toma uma mamadeira antes de dormir...

Como disse, hoje ele está com nove meses, está grande e forte. Nunca teve nenhuma doencinha e é feliz da vida...
Nem tudo é perfeito! Para mim ainda ficam várias incertezas, como: quando colocá-lo na escolinha e quando voltar trabalhar... O que fazer com o intestino preso dele e para ele comer mais tipos de frutas... O que fazer para ele dormir melhor a noite (tem acordado de 4 a 5 vezes)...

E para ele instigar mais ainda sua mamãe, começou engatinhar só agora e seu primeito dentinho que está nascendo é um de cima ( e nem sinal do de baixo nascer)... Coração de mãe sofre!!!

É assim que eu sou... Uma mãe real! Com diversos conflitos e um amor imenso pelo meu filho!!!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Miss imperfeita!

Recebi o texto adiante por e-mail mais uma vez e percebi que tem coisas que devemos reler ou rever, pois sempre nos lembram de algo que deveríamos aprender ou tentar.
É o caso deste texto da Martha Medeiros... Mostra a nós mulheres que não precisamos dar conta de tudo com perfeição e que podemos ter um tempinho para nós sem sentir culpa por isto!
Apreciem a leitura!
Abraços a todas as mulheres!
Ilana


'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.
Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros..

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias..

Cinco dias!

Tempo para uma massagem...

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'


Martha Medeiros - Jornalista e escritora